segunda-feira, outubro 02, 2006

O Cena Contemporânea terminou ontem em Brasília. Não fui a todos os espetáculos que gostaria de ter ido, mas deu para sentir um pouquinho o que o teatro anda produzindo por aí. Sexta assistimos ao Mulher Desiludida, baseado no livro homônimo da Simone de Beauvoir. No início, estava achando tudo muito superficial, decorado demais. Mas depois eu gostei. A atriz Guida Viana interpretou uma mulher tão desiludida, daquelas personagens que fazem com que a gente saia do teatro com o texto martelando na cabeça. Eu li o livro há um bom tempo. Mas me lembro de ter uma sensação diferente. Na época, senti a personagem mais revoltada, ainda atordoada com tudo que a vida lhe deu. Na peça não. Senti agonia. A personagem parecia não estar mais revoltada. Mas sim desiludida, desesperançosa, confusa. Não sei bem explicar, mas foram duas sensações distintas com a mesma personagem. Uma no livro e outra no teatro. O que é bom. O teatro e a literatura podem até se completar. Mas são artes que têm o fascínio de transmitir sensações diferentes. O que é meio óbvio. Mas é bacana sentir isso na pele.

Sábado assistimos a Um Homem é um homem. Achei um pouco cansativa, talvez por termos nos sentado não em cadeiras, mas em estruturas de arquibancada. A peça é encenada em uma lona de circo pelo grupo Galpão. A direção é assinada por Paulo José, que estava lá. Foi bom vê-lo. Mas foi melhor ainda ver atores e atrizes que cantam, dançam, encenam, tudo ao mesmo tempo. O espetáculo é musical, é circense, é também comédia.

E o mais legal. O Homem é um homem era de graça. Não dá mesmo para entender quem fica em casa sem fazer nada e não sai para assistir a peças tão bacanas. A vida é bem mais do que nosso mundinho de trabalho-estudo-dinheiro-casa. Pelo menos eu acho.

Um comentário:

Anonymous disse...

Descobri que não gostei do Um homem e um homem, sabia? ...
beijo,
lu.