terça-feira, março 20, 2007

Passei o fim de semana em casa. Não ia a Patos desde agosto, antes do namorado voltar de Londres. Quando coloquei os pés em casa, me dei conta de como o tempo passa rápido. E de como somos atropelados por ele. Foram três dias apenas, mas deu para descansar, recarregar a bateria, ir ao dentista, matar saudade da família, rever duas amigas loucas e lindas, ler metade de Tête-à-Tête, fazer esteira, ver televisão, comer comida gostosa, tomar sorvete da Sideral, pensar pensar e pensar. E ontem, quando voltei para Brasília, chorei. Chorei de saudade dos três dias que passaram tão rápido. Chorei porque é bom sentir que existe um lugar onde me sinto em casa, onde me sinto protegida das maldades do mundo, onde me sinto em paz.
Sair da Vivo é mais difícil do que entrar.
Putz!!

quarta-feira, março 14, 2007

O lado bom de turnês é eu poder me comunicar com as pessoas, é fazer música ao vivo no palco, é ir a vários lugares diferentes. O lado ruim é muita viagem, muito hotel, muita descontinuidade na vida, muito ponto e vírgula, dois pontos. Por ter os dois lados que eu administro o tempo das minhas turnês. Preciso de para ver show dos outros, para ir ao cinema, para ficar com amigos, com meu filho e minha família. Tenho de cuidar da minha saúde, física, psicológica e emocional.

As frases são da Marisa Monte, com quem acabei de conversar. A entrevista tinha tempo determinado. 15 minutos. Mas foram suficientes para descobrir que ela é uma pessoa com quem eu teria vontade de conversar durante um dia inteiro. Ela tem uma voz tranquila e doce. E ao mesmo tempo forte. Vai pra minha lista de artistas bons de dar entrevista. Só não ganha do Moska. E olhe lá.

Mais uma coisa. Sobre ritmo de turnês e tempo para cuidar de si mesma, ela comentou que a gravidez a fez também impor um ritmo novo na carreira. E perguntou, não como aquelas pessoas que perguntam sem nem prestar atenção na resposta, se eu já era mãe, para entender mesmo do que ela estava falando.

Então, quem puder, assista ao show. E cante muito por mim.
Quatro anos de namoro, falta uma semana.

Eu quero te dar
E quero ganhar o que você me der
Eu quero te amar
Até não saber mais o que isso é
Eu quero querer
Igual a você assim sem disfarçar
E quero escrever
Uma canção de amor para nos libertar
Post porque amanhã é dia do consumidor

Nunca fui muito de colocar na prática o verbo comprar. Sou pão-dura, pelo menos quando o assunto é comprar alguma coisa pra mim. Se eu tivesse dinheiro sobrando, compraria uma bolsa nova, uns dois sapatos, saias e blusas. Mas nada em muita quantidade. Acho que preferiria guardar dinheiro. Poupar. Para viajar, para montar um apartamento, para deixar guardado. Quando resta apenas um pouquinho do meu salário na conta fico para ter um treco. Evito comer na rua, como pão de sal de manhã e à noite, tenho dó até de comprar um brigadeiro. Sou murrinha.

Mas ontem, no dia em que recebi meu salário, fui ao shopping com namorado. Deixamos a Vivo que só dá dor de cabeça e nos mudamos para a Tim. Plano bacana, tudo novo de novo. Mudanças. Sei que toda empresa de telefonia tem seus problemas. E que celular é um troço que acaba dando dor de cabeça. Mas preferimos arriscar. Na Vivo virou questão de orgulho, de honra, de ódio mesmo. Odeio os atendentes da Vivo. Semana passada uma garota me ligou para dizer que eu posso retirar mais um aparelho celular novo, gratuitamente. Eu disse que pago para sair, mas não aceito mais nada de graça deles. E ela ficou toda sem graça. Começou a gaguejar. E disse: "mas a Vivo quer atender aos pedidos dos seus adoráveis clientes". Adoráveis. Adoráveis!!!!!! Custei a acreditar que ela disse essa palavra, adoráveis. Mas, enfim, voltando ao dia do consumidor e às compras, o que eu queria contar mesmo é que na negociação com a Tim Luciano ficou com o aparelho que era do Im e que antes era da Renata, e eu fiquei com um Samsung C400, lindo lindo lindo. Lindo e chique. Não consegui sequer colocar nomes na agenda. Pobre eu, tão da roça. Como a Irislene Stefanelli.

Saímos da Tim e fomos passear na Leitura. Assim, como quem não quer nada. Não resisti. Não consegui esperar que ela me emprestasse o Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre: Tête-à-Tête. Comecei a ler hoje mesmo. Sabe quando uma criança ganha presente novo e quer andar com ele pra cima e pra baixo? Pois é. Sou eu com esse livro.

Mas as compras não terminam aí. Também como quem não quer nada, Lu perguntou para o vendedor da Leitura se o DVD do Moska já tinha chegado. E não é que estava lá? Como eu já tinha comprado o livro, levei pra casa apenas o DVD + Novo de Novo. Namorado se permitiu levar o DVD e o CD. E fomos pra casa ontem mesmo assistir. É maravilhoso, maravilhoso! Com o show gravado em 2004 no Teatro da Caixa (lá estávamos nós), misturado a um documentário-ficção bem feito e de bom gosto. Vale a pena assistir. O único defeito que encontramos no DVD é que aparece quase que somente o Moska, tão narcisista. Namorado, eu, TT, Angelo e Marleane aparecemos poucas vezes na platéia. Acho que merecíamos mais destaque, sabe? ;)

domingo, março 11, 2007

Suponhamos que eu queira escrever um post como a Clarice escreveu uma crônica, o que é verdade. Suponhamos que eu esteja com uma vontade danada de ir embora, de fugir do trabalho, de sair correndo sem rumo nem lenço nem documento, o que é verdade. Suponhamos que eu sonhei a noite inteira com Paris, o que é verdade. Suponhamos que esses sonhos percorrem a minha mente porque quando penso em felicidade e em amor uma das primeiras cenas que me vêm à cabeça sou eu, ele, nós dois, andando de mãos dados na beira do rio Sena, o que é verdade. Suponhamos que viajar e viver em lugares diferentes pode ser bem mais interessante do que juntar grana pra comprar apartamento e fixar morada em uma cidade, na qual se vive há anos e anos e anos, o que é verdade. Suponhamos que o contrário também pode ser interessante, o que é verdade. Suponhamos que eu precise ler mais, ver mais, ouvir mais, o que é verdade. Suponhamos que administrar o tempo das nossas vidas não é uma tarefa tão fácil assim, o que é verdade. Suponhamos que eu queira tanto um bolo de chocolate agora, o que é verdade. Suponhamos que eu esteja mais uma vez empolgada com academia, o que é verdade. Suponhamos que domingo em Brasília é um dia parado e triste e sem graça, o que é verdade. Suponhamos que eu não saiba nem um décimo de tudo o que precisava saber pra viver nesse mundo cheio de informações, o que é verdade. Suponhamos que a Clarice, a Lispector, suponha bem mais do que eu, o que é verdade.

Suponhamos que eu esteja triste, o que é mentira.

quinta-feira, março 01, 2007

Um carinha pulou hoje do terceiro andar do Pátio Brasil. Mais um. O Pátio virou uma opção de lugar para cometer sucicídio, vai acabar com o primeiro lugar da Torre de TV. Como esse mundão da internet é uma coisa muito maluca, quem quiser ver o carinha hoje no Pátio é só acessar o You Tube. Digitei "morte no pátio" e achei. E tragédia vira entretenimento. Cruel.
Faz tanto tempo que não escrevo aqui. Carnaval já passou. Logo, o ano começou. Não dizem que o Brasil só funciona depois das festas de Carnaval? Pois é. Mas o meu ano começou antes. E passeio o feriado todo trabalhando. Foi mais tranquilo do que eu imaginava. O que não quer dizer que não foi cansativo. Conheci de perto o Pacotão, bloco de rua mais irreverente de Brasília. E adorei o que vi. Cobri o bloco dois dias. No segundo, deixei o bloquinho de lado e fiquei dançando, tentando me divertir enquanto trabalhava.

As aulas recomeçaram. Tenho textos para ler. Hoje é o penúltimo capítulo da novela das oito e eu quero assistir. Estou programando duas viagens para este mês. Fevereiro já acabou, u-a-u. Como o tempo voa. A Siri saiu do BBB. O Diego ficou e hoje deve cortar o cabelo. Morro de rir todos os dias com esse blog.

Li Fahrenheit 451, de Ray Bradbury. Montag, um bombeiro, acha que é feliz. Tem emprego, família e uma casa cheia de conforto. Ele vive de queimar livros, num tempo de totalitarismo em que ler livros era proibido. E desnecessário. Mas um dia a felicidade de Montag é questionada. A curiosidade o faz perguntar o que há naqueles livros que queima todos os dias, que faz com que algumas pessoas arrisquem sua vida para protegê-los. Por querer ler, pensar, descobrir, é perseguido como inimigo da sociedade, como traidor. O final do livro? Surpresa. hohohohoho O livro virou filme, de François Truffaut. Ainda não o vi. Mais um título para a minha lista de "filmes que preciso ver antes de morrer".