quinta-feira, dezembro 21, 2006

Acho que preciso de férias.
Tico e teco já não estão se entendendo mais.

sexta-feira, dezembro 15, 2006



Ontem ganhei o dia com uma notícia maravilhosa. Beinha passou na residência em Uberaba!! Tive vontade de sair correndo e ir até lá dar um abraço bem apertado nela. Tanto orgulho eu senti! Lembrei-me de quando ela passou no vestibular, da surpresa que preparamos. Faixa, roupa branca, cartaz, trote. Seis anos se passaram e ela se formou. E eu estava lá, nas comemorações, feliz da vida. Não esqueço nunca quando ela me deixou na rodoviária, pra eu voltar a Brasília. Foi me dando um nó na garganta. Voltei chorando. Chorando de saudade dos tempos em que éramos grudadas.

Hoje meu celular tocou. Era ela. Atendi e no fundo só ouvi uma música. "Amigo é coisa pra se guardar, do lado esquerdo do peito, mesmo que o tempo e a distância digam não". Depois veio uma mensagem. Ela estava na estrada, dirigindo, ouviu a música, começou a chorar e me ligou pra eu ouvir também. E eu chorei daqui. Beia, minha amiga, nós ainda faremos croché juntas nessa vida! Acho que essa é uma das poucas certezas que eu tenho nessa vida.
Amanhã, sábado, às 16h, tenho um compromisos marcado. Chá de panela de uma amiga. Só com mulheres. Estamos no século XXI, mas as tradições ainda vivem. Comprei quatro taças de sobremesa, como aquelas que tem aqui em casa, bem coloridas. Fui hoje à Dular. Sabe que tem muita coisa bacana pra casa? Fiquei doidinha lá. Mais mulherzinha impossível.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Post de fã


Sexta foi a quarta vez que assisti a um show da Maria Rita. Dois de cada disco. Uma média razoável para uma fã como eu. Se pudesse, assistiria a muitos outros. E pagaria caro, muito caro.

Mas sexta assisti de graça. Assistimos, na verdade. Namorado, irmã, cunhado e eu. Foi o primeiro show dessa moça aí que o Luciano assistiu. Eu era doida pra que ele visse minha ídola no palco. Eu fico arrepiada e emocionada em todas as apresentações dela. E queria demais compartilhar isso com ele. Ele gostou, que bom. O show foi maravilhoso. Ela canta bem, é simpática e no repertório do show teve até Santa Chuva, uma das músicas mais lindas de se ver interpretadas no palco.

O show começou com uma hora e meia de atraso. Mas aí tem uma longa história. Ficamos quase uma hora num engarrafamento gigante. O motivo era o seguinte: para entrar no estacionamento do Marina Hall era preciso entregar o carro a um manobrista. Aí a enrolação foi tanta que dava vontade de chorar. A chuva lá fora ainda deixava tudo mais lento. Que manobrista que nada, queríamos apenas deixar o carro mais perto do local do show. Nada, estava lotado, dizia o carinha na porta. Lá fomos nós para um estacionamento mais distante. E toma chuva até entrar no local. Entramos. Aí que veio o pior. O lugar não é ruim para show. É péssimo, é terrível, é ridículo. Na frente, mesas. Pessoas que pagaram mais caro ficavam andando de um lado para o outro e conversando, mesmo enquanto a Maria Rita estava lá no palco, quase detonando a garganta de tanto cantar. As cadeiras que vinham depois da área vip de mesas eram desconfortáveis e todas no mesmo nível. Sorte a nossa que não pagamos para assistir a um show num lugar tão ruim. Sorte a nossa que ficamos na primeira fileira de cadeiras. Um cabeçudo que sentasse à frente, aí pronto, conseguiria ver a cantora apenas nos telões (que, diga-se de passagem, paravam de funcionar assim, sem mais nem menos).

Mas nem o lugar horrível, nem a pilastra na frente, nem o calor, nem a vontade de matar a perua que não parava de conversar (me deixa p. da vida uma coisa dessa, ir a um show pra ficar conversando!!), conseguiram me deixar mal humorada. Afinal, lá estava eu, mais uma vez, vendo a moça linda aí de cima cantar.

No final, cunhado e namorado ficaram mais quase duas horas numa fila para tentar entrar no camarim da moça. Se dependesse deles, eles já estariam em casa. Mas como TT e eu somos duas tietes, ficamos lá, na esperança de pelo menos bater uma foto com a Maria Rita. O máximo que conseguimos foi vê-la entrar no carro para ir embora. A uns dois metros de distândia. Quase duas horas depois do fim do show. Isso porque o cunhado subornou o segurança com cinco reais. Ô pobreza. Fã é fã. Fazer o quê, eu sou. Mas quando eu for uma jornalista importante, conseguirei uma entrevista ao vivo e a cores. Ah, se vou.

terça-feira, novembro 28, 2006

Nasci chorando e quero morrer rindo
Fernando Lucchesi, artista plástico mineiro
Ontem e hoje saíram duas matérias minhas especiais sobre erros médicos. Amanhã tem mais uma. Cheguei no jornal agora, abri o gmail e surpresa. O defensor público me escreveu para dizer que gostou das matérias. Disse que irá me avisar quando tiver mais ações sobre o assunto na Defensoria Pública. Alívio. Escrevi com o maior cuidado possível. Mas sempre fica aquele medo de ter feito alguma besteira. Ufa.

quinta-feira, novembro 23, 2006


You're just too good to be true
Can't take my eyes off of you...

I love you baby and if it's quite all right
I need you baby to warm the lonely nights
I love you baby, trust in me when I say
Oh pretty baby, don't bring me down I pray
Oh pretty baby, now that I've found you stay
And let me love you baby, let me love you

terça-feira, novembro 21, 2006

segunda-feira, novembro 20, 2006

Festival de Brasília do Cinema Brasileiro agora é bem cultural da cidade

Amanhã será dada a largada para a 39ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O Cine Brasília será a segunda casa de muitos amantes do cinema brasileiro, que receberão uma boa notícia nesta 39ª edição. Esta semana deverá ser assinado pela governadora do Distrito Federal, Maria de Lourdes Abadia, o registro do festival. O Festival de Brasília passa a ser, oficialmente, um bem cultural da cidade.
Luciana de Maya Ricardo, técnica da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico da Secretaria de Cultura do DF, afirma que o festival já é, com ou sem registro, um bem cultural da cidade.
– Foi a população quem legitimou o festival. Agora o registro legitima oficialmente o evento – diz.
Segundo ela, na edição do festival do ano passado, foram colhidas cerca de 600 assinaturas na porta do Cine Brasília. Seiscentas pessoas que acreditavam que o festival deveria ser reconhecido como um bem imaterial da cultura da cidade.
A idéia do registro partiu do cineasta Pedro Jorge de Castro, o primeiro diretor brasiliense a ganhar um prêmio no Festival de Brasília. O ano era 1977 e o filme vencedor, o curta Brinquedo Popular do Nordeste. O cineasta entrou com o pedido de registro do festival dois dias antes do início da edição do ano passado. Segundo ele, o pedido foi feito com base no princípio de que as sociedades não vivem sem seus rituais.
– O Festival de Brasília é um ritual. Ele sempre acontece no mesmo cinema. O Cine Brasília é a Catedral da Liturgia do festival. Tem também a Sacristia, onde tudo é preparado. A sacristia do festival é o Hotel Nacional – afirma.
Nas palavras do cineasta, as metáforas continuam.
– O Festival de Brasília sempre foi o parlamento do cinema brasileiro. Nos tempos da Ditadura Militar, era lá que, escondido, se discutia a política nacional de cultura e questões importantes como a censura – afirma.
O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro nasceu na capital do país em 1965, em pleno período militar. Nos anos 1972, 1973 e 1974, o festival foi interrompido, acuado pela censura imposta pelo governo. De acordo com o cineasta, o registro, além de legitimar um bem cultural da cidade, tem a função de fazer com que o festival não deixe de ser realizado. Independente do governo, independente de patrocínio. Foi pedido também que seja sempre mantido o núcleo do festival, que são as mostra competitivas de curta e longa metragem.
O cineasta que encaminhou o pedido de registro do Festival de Brasília à Secretaria de Cultura quer mais. Propõe agora que a organização do evento envie convites para que professores do ensino público, médicos, bombeiros, pedreiros, trabalhadores comuns tenham a chance de assistir ao cinema brasileiro, de fazer parte do grupo de amantes do cinema que lota o Cine Brasília durante todos os dias do festival.
– Os festivais têm a tradição de mandar convites para quem faz cinema. Nós somos especialistas em fazer cinema. Mas o cinema precisa mesmo é de especialistas em bilheteria. O Brasil precisa formar platéia – acredita.
O registro do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro segue o mesmo caminho do tombamento do Cine Brasília. Inaugurado dentro da programação que comemorou a transferência da capital do país em 1960, o Cine Brasília deverá ser tombado como patrimônio histórico da cidade ainda este ano. Tombamento e registro têm uma diferença: o primeiro é realizado com bens materiais. O segundo, com bens imateriais.

(matéria minha, então posso copiar todinha, hihihhi)

Se leva muito tempo para aprender a ser jovem. A frase é do Picasso, mas foi usada por muitos críticos para se referir ao filme Elsa e Fred, do diretor Marcos Carnevale. O longa, uma co-produção da Argentina e da Espanha, é uma história comum e até um pouco clichê. Elsa tem mais de 80 anos, e, além de péssima motorista, é louca no bom sentido, alegre. Tem fome e sede de vida. Fred ficou viúvo recentemente, tem uma vida organizada-certinha ao extremo, é hipocondríaco e mal humorado. Não precisa nem dizer o que acontece no filme. Não tem surpresa. Por trás do romance de Elsa e Fred está o filme La dolce vita, de Felini. Acho que o filme foi feito para dizer que nunca é tarde para amar. E que a vida está aí para ser vivida e que o tempo não pára. É um tapa na cara. Daqueles que doem.

O filme acabou e eu continuei sentada na poltrona do cinema. Chorando, chorando, chorando. Até não conseguir mais. Se alguém me perguntar sobre a produção, sobre a direção, sobre as cenas e os figurinos... Não reparei em nada disso. Não tenho idéia nem de quanto tempo o filme durou. Só sei que Elsa e Fred me emocionou muito e entrou para a lista dos melhores filmes que vi na minha vida. Para mim arte é isso. É eu poder viver outras vidas, esquecer o meu mundinho tão pequeno, me emocionar, chorar e rir ao mesmo tempo.

Eu não acho que você tenha medo de morrer. Acho que você tem medo é de viver
É o que Elsa diz a Fred, em uma parte do filme

domingo, novembro 19, 2006

Ontem teve show do Caetano aqui em Brasília.
Já ouvi hoje duas pessoas comentarem que foi maravilhoso.
Snif. Eu nem estava lá.

Dia 8 de dezembro terá Maria Rita. Quando penso no quanto o show dela é maravilhoso, fico com uma vontade maluca de ir. Mas quando penso que gastarei 50 reais e o show será lá nos cafundós do juda... melhor não. E agora, José?
Hoje acordei às oito e vinte pra vir trabalhar. Cheguei no jornal 9h20. Quando entrei no prédio, a notícia. Energia cortada até o fim da tarde. Nada de elevador, nada de computador, nada de televisão, nada de telefone, nada de nada. Descobri que se eu ligasse o computador, ele funcionaria por umas duas, três horas. Maravilha. Sentei a bunda na cadeira e escrevi uma matéria de 56 centímetros, para adiantar. Dez minutos depois, toda a energia foi por água abaixo. A saída era voltar pra casa, esperar o tempo passar e torcer para a anergia voltar o quanto antes.

No jornal novamente, sem luz, sem televisão, sem telefone, sem nada, comecei a ler jornais. Correio, Jornal de Brasília, Folha de São Paulo, Estadão e JB, claro, como boa e disciplinada funcionária. Em todos eles, matérias especiais sobre distúrbios alimentares no mundo da moda. Cada jornal trazia uma personagem diferente. Quanto mais ela tivesse sofrido, melhor. Ponto para o repórter. O assunto chama atenção. Manoel Carlos, que já tinha pensado nisso antes e colocado em Páginas da Vida, agora acelera o processo de bulimia da personagem Gisele. Como li todos os jornais, não podia deixar de conferir os resumos das novelas desta semana. E vi que a menina vai confessar ao psiquatra que sofre de bulimia. É a Globo também pegando carona no drama da modelo que morreu semana passada em São Paulo.

Aqui no jornal, todo mundo comentando o assunto. A capa do JB de ontem trouxe duas morenas gostosas de biquini saindo do mar. Não teve um homem que visse a foto da capa e comentasse: e essas modelos morrendo de anorexia, em vez de ficarem gostosas assim.

A vida como ela é.

quinta-feira, novembro 16, 2006

Depois de uma semana em falta, fui à natação hoje. Agora, o objetivo é fazer cinco vezes por semana. Aproveitei que abriram uma turma nova às terças e quintas às 7h30 para conseguir nadar mais. O dia hoje amanheceu claro, com um céu azul lindo. Às 7h30, o sol estava ainda nascendo. A aula foi ótima. Como a turma é nova, eram apenas quatro alunos. E para a minha felicidade, nós, os quatro alunos de natação, ainda nem precisamos dividir a piscina com a galera da hidroginástica. Tive uma raia todinha pra mim, durante uma hora. E nadei, nadei, nadei, nadei até não conseguir mais. Tomara que amanhã o sol dê o ar da graça novamente. Porque, confesso, é duro levantar da cama às 7 da matina com chuva e frio!!! Ainda mais para uma pessoa vespertina como eu...

quarta-feira, novembro 08, 2006

Os dias têm amanhecido chuvosos. O que me faz ter vontade de passar o dia inteiro na cama. Ontem e hoje saí da cama quase 9h da manhã. Uma preguiça boa para começar os dias. Dias que têm sido bons. Um bom papo com a Renata pelo msn. Como me fez bem aquela conversa. E-mails trocados com a Beia, minha eterna melhor amiga. Tão longe e tão perto ela sempre está. Hoje deu saudade de ouvir a voz dela. Aproveitei a ausência da chefe na redação, e disquei o número do celular da minha amiga médica. E no embalo da saudade de amigas que moram longe, liguei hoje para a Patrícia. Sabe aquela pessoa que você passa tempos e tempos sem sequer ter notícia de vida e quando ouve a voz do outro lado do telefone parece que o tempo não passou? Com ela é assim. Paty foi minha colega no curso de História, em Goiânia. Ficamos muito amigas. Mas a vida tem lá as suas pedras no caminho, ela teve de trancar a faculdade. Casou-se, mudou de cidade e quase dois anos depois apareceu na Católica novamente. Lembro direitinho de quando a vi. Fiquei tão feliz, mas tão feliz. E hoje, depois de mais de um ano sem falar com ela, bastou um "oiii" do lado daqui que ela reconheceu a minha voz. Colocamos mais ou menos os assuntos em dia, fiquei sabendo que serei madrinha a qualquer momento (ela está tentando engravidar) e que ela e o marido virão para Brasília no próximo ano. E eu fiquei aqui feliz da vida, doida para que ela chegue logo. Brasília será muito melhor, com certeza. Para finalizar, ontem escrevi para outra amiga sumida de quem eu nunca esqueço. A Cris. Foi tão bom ter notícias dela, contar da minha vida, matar um pouco as saudades. O tempo vai passando, a gente vai vivendo o dia-a-dia, com trabalho faculdade casa problemas dinheiro namorado pais família, e deixa de viver amizades que são tão boas. Não por descaso, mas porque o dia de 24 horas não cabe tudo o que queremos viver. Mas sempre existe tempo para surpresas, para ligar assim de repente, no meio do dia, para mandar um e-mail inesperado. Sempre é tempo de cultivar um pouco essas amizades que ficam no meio do nosso caminho. Hoje, por conta dessas três pessoas aí de cima, eu vou dormir feliz da vida.

quarta-feira, novembro 01, 2006

Eu devo ser muito burra. Tenho mania de selecionar tudo que escrevo com o "shift". Mania que peguei no jornal. Mas aqui no blogger isso não funciona. E, mais uma vez, lá se foi um post enorme. Não vou reescrever. Ahneim. Prefiro tomar um bom banho e dormir!

Amanhã tem trabalho?
Ok, piada velha. Qual a novidade?

sexta-feira, outubro 27, 2006

Paciência
(Lenine e Dudu Falcão)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é o tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para (a vida não para não)
Será que é tempo que me falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (tão rara)
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para (a vida não para não...a vida não para)

Ontem, depois de uma crise de choro, foi essa música que me acalmou. A chuva que caía lá fora e as árvores que não paravam de balançar me deram uma sensação de paz que eu estava mesmo precisando...

quinta-feira, outubro 26, 2006

Domingo é dia de trabalho?
É, sim, senhor!!

Descansar pra quê se pode trabalhar?

Respira, inspira, respira, inspira... Mantenha o bom humor, Flávia. Mais um domingo de trabalho, respira, inspira, respira... Não, hora extra não existe no meu mundo. Se existisse seria tão bom!!!

quarta-feira, outubro 25, 2006

Era uma vez uma aula de natação. Acordei às 7h30 com o despertador. Da cama dava pra ouvir o barulho bom da chuva. Abri a janela, namorei um pouco aquela chuva que caía lá fora. Deu vontade de sair de casa pra tomar banho de chuva. Mas estava frio e eu estava com sono. Mais uma hora na cama não faz mal a ninguém. Semana passada nadei mesmo com chuva. Mas não estava tão forte e o tempo, tão frio.

Cheguei no jornal e não fiz quase nada. Escrevi e-mails, conversei besteira, dei uma olhada nos jornais. Saí para uma pauta legal, sem ser de economia. Lançamento do Instituto Cervantes aqui em Brasília. Burocracias à parte, fiquei lá tentando entender aqueles caras que falavam espanhol o tempo todo. Meio que me senti em terras espanholas, sabe? Um pessoal tão simpático. Gostei, gostei. Vou ficar de olho no trabalho deles. Quem sabe ano que vem não começo a estudar espanhol.

terça-feira, outubro 24, 2006

O que você quer saber de verdade
Arnaldo Antunes / Marisa Monte / Carlinhos Brown

vai sem direção
vai ser livre
a tristeza não
não resiste
jogue seus cabelos no vento
não olhe pra trás
ouça o barulhinho que o tempo
no seu peito faz
faça sua dor dançar
atenção para escutar
esse movimento que traz paz
cada folha que cair
cada nuvem que passar
deixa a terra respirar
pelas portas e janelas das casas
atenção para escutar
o que você quer saber de verdade

segunda-feira, outubro 23, 2006

Depois que escrevi o post reclamão aí debaixo, dois fins de semana se passaram. Os dois foram muito bons, sem reclamações. O primeiro foi em terras goianas. Aniversário de 80 anos do vô, família reunida e namorado devidamente apresentado para todos os Borges. Voltei para Brasília feliz e contente. Depois de uma semana pauleira de muito trabalho, enfim, mais um sábado chegou. E que dia bom. Três anos e sete meses de namoro comemorados em um sábado tranquilo, simples, feliz.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Que feriadão prolongado mais cansativo...
Putz.
Que venha o fim de semana.
Eu mereço!!!!

quarta-feira, outubro 11, 2006

A semana mal começou e amanhã já é quinta-feira. Dia da Criança, dia de trabalho, dia de festa de aniversário de criança e dia de pré-estréia da peça Outono e Inverno no CCBB. Dia em que todos os primos da família Borges chegam a Goiânia. Menos eu. Mas sexta ou sábado me juntarei a eles. Eu e namorado, que terá de enfrentar toda a família de uma só vez. E eu confesso que estou feliz demais por isso.

*Momento mulherzinha apaixonada que pensa em casamento*
Ontem assistimos, namorado e eu, a um espetáculo maravilhoso. Natalia Gutman, violoncelista russa, acompanhada do pianista, também russo, Viacheslav Poprugin. Natalia foi aluna do Rostropovich, o maior violoncelista vivo segundo Luciano Antunes. Apesar de ter cochilado na primeira peça, eu amei ver mais de pertinho aquela mulher tocar. Com o braço firme, os olhos fechados, ela tocava e não, não era nesse mundo que ela estava. Ela estava no mundo da música. Estava sozinha. Ela e o violoncelo. Mais ninguém parecia existir naquele momento. Nem o pianista que a acompanhava. Se ele deixasse de tocar, ela continuaria, leve, solta, tocando, tocando, tocando... De música eu não sou nenhuma boa entendedora. Eu gosto. Para mim, é o que basta. O pouco que sei, aprendi com o namorado. Tenho de admitir que ele melhorou muito minhas referências artísticas, como ele sempre diz. E ontem, assistindo àquela mulher de 64 anos tocar, eu senti inveja. Inveja boa, se é que existe. Hoje acordei pensando em como ela parecia feliz quando estava tocando. Aqui em Brasília e em tantos outros lugares de todo o mundo, ela se apresenta, sozinha, em recital, com orquestra. Ela e a música. A música e ela. Passei boa parte do dia hoje pensando em como eu queria chegar aos 64 anos fazendo alguma coisa que me dê prazer. Que me deixe feliz. Que seja essencial na minha vida. Podem me chamar de romântica, iludida, boba. Mas a sensação que eu tenho é que a arte, o esporte, eles são mais especiais. Quando vejo o grupo Corpo dançar, queria ser dançarina. Quando vejo as meninas do vôlei jogar nas Olimpíadas, meu sonho é ser jogadora. Quando vejo a Daiane dos Santos dando aqueles saltos eu penso, putz, por que não sei fazer algo assim tão bonito? Parece que eles têm um dom, uma vocação, um prazer que nós, jornalistas, professores, historiadores, engenheiros, funcionários públicos, essas profissões "normais", não temos. Eu queria fechar os olhos, tocar, tocar, tocar, tocar, e não ver o tempo passar. Chegar aos 64 anos com vontade de tocar e viver por mais uns 60 anos. Mas no fundo eu queria também saber como a Natalia Gutman é na vida real. Se é casada, separada, se tem filhos, se sente dor de cabeça, se é brava, calma ou reclamona, se ela se sente feliz, se sente saudades dos tempos em que era uma menina. O que mais gosta de tocar. Compositor preferido. Comida favorita. Porque ali, da primeira fila do teatro, eu a via como a pessoa mais feliz e realizada do mundo. Como se nada mais no mundo importasse a ela. Só a música. Queria isso pra mim. Será que dá tempo de largar o jornalismo e virar nadadora profissional? É um esporte. Porque pra música eu acho que não levo o menor jeito.
Era uma vez um post enorme.
Merda.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Hoje é aniversário da minha pequena linda. Ela é manhosa, carente, burricida, preguiçosa, mas é a pessoa mais importante desse mundo! ;) Te amo, TT. Muitãozão.

segunda-feira, outubro 02, 2006


O novo quadro que está no meu quarto agora. Simone de Beauvoir em uma foto maravilhosa.
Um dos presentes mais criativos que já ganhei. Da Taís e da Paulinha.
;)
O Cena Contemporânea terminou ontem em Brasília. Não fui a todos os espetáculos que gostaria de ter ido, mas deu para sentir um pouquinho o que o teatro anda produzindo por aí. Sexta assistimos ao Mulher Desiludida, baseado no livro homônimo da Simone de Beauvoir. No início, estava achando tudo muito superficial, decorado demais. Mas depois eu gostei. A atriz Guida Viana interpretou uma mulher tão desiludida, daquelas personagens que fazem com que a gente saia do teatro com o texto martelando na cabeça. Eu li o livro há um bom tempo. Mas me lembro de ter uma sensação diferente. Na época, senti a personagem mais revoltada, ainda atordoada com tudo que a vida lhe deu. Na peça não. Senti agonia. A personagem parecia não estar mais revoltada. Mas sim desiludida, desesperançosa, confusa. Não sei bem explicar, mas foram duas sensações distintas com a mesma personagem. Uma no livro e outra no teatro. O que é bom. O teatro e a literatura podem até se completar. Mas são artes que têm o fascínio de transmitir sensações diferentes. O que é meio óbvio. Mas é bacana sentir isso na pele.

Sábado assistimos a Um Homem é um homem. Achei um pouco cansativa, talvez por termos nos sentado não em cadeiras, mas em estruturas de arquibancada. A peça é encenada em uma lona de circo pelo grupo Galpão. A direção é assinada por Paulo José, que estava lá. Foi bom vê-lo. Mas foi melhor ainda ver atores e atrizes que cantam, dançam, encenam, tudo ao mesmo tempo. O espetáculo é musical, é circense, é também comédia.

E o mais legal. O Homem é um homem era de graça. Não dá mesmo para entender quem fica em casa sem fazer nada e não sai para assistir a peças tão bacanas. A vida é bem mais do que nosso mundinho de trabalho-estudo-dinheiro-casa. Pelo menos eu acho.
Ontem, domingo de eleições, cheguei ao jornal 8h20. Saí às 20h30. Apesar de toda a correria, de todo o nervosismo normal de apurações, de fechamento de jornal, de resultados das eleições, o dia foi até bacana. Cheguei em casa um caco, com fome, com sono, com dor de cabeça e com vontade de dormir uns dois dias seguidos. E dormi até bastante. Acordei hoje às 9 da matina. Não fui à natação. Fiquei com consciência pesada, mas não tive forças para levantar da cama às 7h30. Fica para quarta-feira.

Agora é arrumar ânimo para mais um dia de trabalho e de faculdade. Coragem, coragem...

quinta-feira, setembro 28, 2006

Não devia ter saído da cama hoje.
Tudo deu errado. Espero que amanhã seja um bom dia. Uia.

quarta-feira, setembro 27, 2006

27 de setembro.
Não sei bem por que, mas essa data é tão linda.
;)

Meu dia começou bem. Na piscina. Do lado de fora, um friiiiiiio. Mas nem o tempo atrapalhou. Londres 2012 que me aguarde.

Vou comemorar meu aniversário na Toca do Chop. E a Cris, uma amiga daqui do jornal, vai fazer a despedida dela no Armazém do Brás. Sexta ela vai para a Espanha. Um bar é pertinho do outro. Bom que poderemos nos ver.

Muitas felicidades pra mim
:D

terça-feira, setembro 26, 2006

segunda-feira, setembro 25, 2006

E eu que até cheguei a pensar em viajar no fim de semana das eleições para comemorar meu aniversário atrasado em Patos. Doce ilusão. Como eu até imaginava (e era óbvio que iria acontecer), a equipe inteira do jornal (não apenas da sucursal) trabalhará domingo. E ainda existe a possibilidade de o caderno fechar mais tarde, para dar tempo da edição sair com os resultados. Moral da história: só Deus sabe a hora que sairei daqui.

Mas confesso: nem achei ruim a notícia.
Será que é grave isso?

E para completar a saga de trabalho de fim de semana, a escala de plantão da nossa equipe recomeça na outra semana. Meu plantão cairá certinho no fim de semana da festa do meu avô em Goiânia. Terei de implorar para alguém trocar comigo. A sorte (agora é sorte) é que ninguém da equipe terá folga no feriado. Então a probabilidade de viagens longas é zero. Essa notícia eu não achei boa, claro. Se dependesse de mim, quarta-feira à noite estaria em Goiânia. Bom demais reunir todos os primos. Mas, família, fique tranquila. Nem que seja pra chegar sexta à noite e voltar domingo de madrugada, eu vou. Já ouvi dizer que a festa foi remarcada para sábado por minha culpa. Não vou carregar esse peso à toa! hihihi
Hoje eu comecei a nadar. Não lembrava que era tão bom e, ao mesmo tempo, tão cansativo. Sei que eu estava fora de forma. Afinal, há meses não faço nenhum exercício físico assim, com regularidade, horário marcado, disciplina e tudo mais. Com vinte minutos de aula eu já queria pedir socorro, uma bóia pelo amor de Deus, um descanso, uma massagem, me tire daqui. Mas não ia fazer feio. O professor mandava eu ir e voltar duas vezes e lá ia eu, aos trancos e barrancos, reaprendendo a respirar e a nadar ao mesmo tempo. Ele disse que nadar é como andar de bicicleta. Não se esquece. Não esqueci. Mas assim como andar de bicicleta, assim como andar de carro, natação exige treino e prática. No final da aula, nos últimos dez minutos, eu já estava até conseguindo respirar direitinho, dar as braçadas certas. Mas faltava fôlego, faltava força nas pernas. Eu ia ia ia ia ia ia ia ia, mas não conseguia chegar até o final da piscina. Parava, respirava, tomara coragem e ia de novo. E chegava.

Saí da piscina e pensei que não fosse alcançar o vestiário.
Imagina a dor que sentirei amanhã. Salve, salve, dorflex.
E quarta tem mais.
Daqui a uns dois meses estarei em campeonatos. Começarei com humildade no campeonato brasiliense. Ano que vem será o brasileiro. As próximas olimpíadas serão onde mesmo?

quinta-feira, setembro 21, 2006

Porque hoje é dia 21

Sempre
Eu te contemplava sempre
Feito um gato aos pés da dona
Mesmo em sonho estive atento
Para poder lembrar-te sempre
Como olhando o firmamento
Vejo estrelas que já foram
Noite afora para sempre
O teu corpo em movimento
Os teus lábios em flagrante
O teu riso e teu silêncio
Serão meus ainda e sempre
Dura a vida alguns instantes
Porém mais do que bastantes
Quando cada instante é sempre

A música é do Chico.
Mas é pra você, Luciano. De presente de aniversário de namoro.
;)

quarta-feira, setembro 20, 2006

Não comecei a nadar.
Não recebi meu salário.
Não sei o que será daqui pra frente.
Que vontade de sumir.

terça-feira, setembro 19, 2006

Hoje acordei às 8h com o despertador. Mudei para 8h15. Rolei na cama para um lado. Para outro. 8h30. Respirei fundo, pensei em todas as coisas boas do mundo e levantei. 19 dias de atraso no salário faz isso. Faz perder a vontade de trabalhar, de acordar cedo, de pensar em pautas bacanas, de correr atrás de mais entrevistas e de mais fotos. Sei que não posso reclamar demais, que estou tendo uma chance muita bacana de trabalhar em jornal, que estou aprendendo tudo que não teria como aprender na faculdade e blá blá blá blá. E eu gosto disso aqui, gosto de redação, gosto de jornal, gosto de escrever matérias, gosto da gritaria, gosto de abrir o jornal no outro dia e ver o resultado do meu trabalho. Mas pensar no futuro, pensar que se eu quiser trabalhar em jornal ainda por muitos anos, terei de me contentar com salários atrasados, com férias e feriados que não existem mais no calendário, com plantão em fim de semana, tudo isso me dá um desânimo. Acho que a melhor saída é não pensar demais. Viver, um dia de cada vez. Até eu me formar. Aí penso o que quero da vida.

Daqui a pouco vou sair do jornal e passar ali no shopping para comprar um maiô. Amanhã quero começar na natação. Não sei bem o porquê, mas quando me imagino nadando eu me sinto bem. Acho que vou gostar. Espero. Preciso de algum exercício físico na minha vida. Urgente.
Tem alguém lá em cima brincando com a nossa cara. Que calor infernal é esse? Se aqui está desse jeito, imagina em Goiânia. Renata do céu, você ainda está viva?

sábado, setembro 16, 2006

Sábado totalmente mulherzinha. Casa pra arrumar, roupa pra passar, horas no salão.
Se não fosse o calor insuportável, poderia ser mais divertido ainda.
Enquanto passava roupa, fiquei matutanto aqui dentro uma idéia para o trabalho de conclusão de curso em jornalismo. Semestre que vem preciso ter definido meu projeto e até hoje eu não sequer um palpite de tema. Mas de repente apareceu. E eu fiquei me lembrando do outro curso, como não poderia deixar de ser. Uns dois semestres antes de chegar ao sétimo período, eu sabia, bem mais ou menos mas sabia, qual seria meu tema de monografia. É impossível não comparar. Mas espero, bem do fundo do meu coração, que o TCC de jornalismo seja pelo menos um décimo do que significou pra mim a monografia de história.

sexta-feira, setembro 15, 2006

Meu sonho de consumo agora, neste exato momento: minha cama, travesseiro, luz apagada, silêncio. E um beijo na boca antes de dormir. Tudo que eu mais queria na vida.

Mas ainda faltam umas cinco horas para eu sair do trabalho.
Snif.

terça-feira, setembro 12, 2006

Vivendo e aprendendo

Acabei agora de escrever uma matéria sobre setor de serviços. Há uma semana, nem o que significava isso eu sabia. Conversar com economistas me dá uma sensação de cultura útil que se torna inútil depois que a matéria é publicada. Engraçado isso. Mas é legal saber que o setor de serviços é o que mais cresce no Distrito Federal. Que de 1 milhão de pessoas ocupadas (estimativa da qual meu namorado não faz parte) no DF, 56% está no segmento de serviços, que engloba transporte, educação, saúde, profissionais liberais, serviço bancário, etc. E que, dentro desse conjunto de atividades econômicas, o ramo que mais cresceu em julho foi o de alimentação. Semana passada foi inaugurado o Mercado Municipal. Hoje a chef Mara Alcamim (dona dos chiques Universal Diner e Zuu a.Z d.Z) abriu novo empreendimento: Quitinete. Não vi a casa nova de perto ainda, apenas por foto. São três andares, 116 empregados. Um dia, quem sabe, eu vou lá. Para comprar a baguete mais simples e em conta. E isso quando meu salário sair. Ces't la vie.

Terminei a matéria e agora estou à toa. Tenho outras pautas para apurar, mas ânimo zero para isso. Queria mesmo era sair agora daqui, assistir a um filme no cinema, tomar um bom vinho, ver o mundo vivendo lá fora e aqui dentro. Mas tenho de ir à faculdade, esperar o horário para editar uma matéria de telejornalismo. Não vejo a hora dessa faculdade acabar para eu poder fazer o que bem entender todas as noites do ano. Sabe quando você está de saco cheio de aula, de professor, de aluno, de tudo que envolve educação? Pois é. Acho que quem já tem um curso superior poderia ter direito a cursar outra faculdade sem frequentar a metade das aulas. Vou propor isso ao candidato Cristóvam. Quem sabe ele não gosta da idéia?
Tudo é um exagero, minha amiga. Ainda trabalho no JB.

Quem disse foi minha editora, em resposta a um tudo bem? pelo telefone.

Tem que rir para não chorar.
Três cheques pré-datados para pagar os meus óculos.
E ainda nem recebei meu primeiro salário.
Medo, muito medo.
7h, avisava o despertador. Hora de sair para caminhar.
Mais meia horinha, supliquei.
OK, 20 minutos e não se fala mais nisso.
Combinado.

segunda-feira, setembro 11, 2006

Almas sobradas

Estou lendo o livro A Vida que Ninguém Vê. São crônicas da jornalista Eliane Brum. Li e reli e reli outra vez um dos textos que formam o livro, O Colecionador de Almas Sobradas. Procurei na internet, mas não achei. É lindo, bem escrito e de uma sensibilidade impressionante. Não vou nem tentar resumir a história. Não valeria a pena. Tem que ler pra ver.

Mais um blog. Será que vai pra frente?

Houve um tempo em que eu queria criar um blog novo para exercitar a escrita, uma forma de treinar para ser jornalista no futuro. O tempo passou e eu deixei o blog que não chegou a ser criado para lá. A necessidade de escrever como exercício de certa forma foi embora. Há quase quatro meses no Jornal do Brasil, escrevo uma matéria por dia, no mínimo. Às vezes duas. Às vezes três. Às vezes quatro. Quando chego em casa, prefiro ocupar o pouco tempo livre que tenho lendo literatura ou assistindo à televisão. Mas ontem, quando voltei para casa depois de um dia de plantão, depois de escrever três matérias seguidas, me deu vontade de brincar com as palavras, de escrever qualquer coisa, com sentido ou não, até que a vontade passasse. Foi aí que a idéia de criar um blog ressurgiu. E criei. Assim, sem pensar muito, sem buscar um nome interessante, sem pestenejar. O nome bloco de anotações, meio óbvio, meio bobo, foi o primeiro que me veio à cabeça. Vou explicar. Desde que virei repórter de verdade, a única coisa que não pode faltar na minha bolsa, mesmo, é um bloquinho. Ando sempre - ou quase sempre - com um. Deixo dois na redação. Ossos do ofício. Quinta, no feriado na Independência, estava eu em Águas Lindas de Goiás, debaixo de um sol de rachar, cobrindo o desfile de todos os Brasis, como foi chamado. Minha primeira entrevistava estava na minha frente. Abri a bolsa, peguei a caneta e, putz, onde estava o bloquinho? Lá fui eu atrás da assessora de imprensa implorar por umas folhas em branco para eu fazer as minhas anotações. Na hora me lembrei do livro do Samuel Weiner, Memórias de um repórter. Fiquei impressionada quando ele contou que não fazia nenhuma anotação quando entrevistava alguém. Na célebre entrevista com Getúlio Vargas, o cara conversou com o presidente e quando chegou ao hotel onde estava hospedado digitou toda a reportagem. Assim, de cabeça. Senti inveja da memória e da competência do Weiner. Quem me dera ser assim, um tiquinho, parecida com ele.

Mudando de assunto, ontem fiz a minha primeira cobertura política. E sabe que eu achei bem divertido? Na Feira da Torre, depois de falar com um candidato ao governo do DF, encontrei uma professora da faculdade. Ela perguntou o que eu estava achando de escrever matérias de economia e, ontem, de política. Ela acreditava que eu iria me dedicar para sempre à cultura. E respondi que eu gosto muito de cultura, sim. Mas escrever sobre áreas diferentes estava sendo um bom aprendizado. É bom mudar um pouco. É bom mudar.