sábado, janeiro 27, 2007

Como se não bastasse um aquariano na minha vida, hoje é aniversário dela também. Minha desorientadora-amiga-conselheira-sumida. O abraço você recebe quando vier em Brasília me visitar. Combinado?
Porque hoje é aniversário dele.
Com quem meu riso é mais feliz...

Te amo, Luciano. Muito muito muito muito...

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Café, café, café. O que mais tomei hoje e também sobre o que mais pensei. Depois de uma manhã inteira envolvida em conversas sobre café e algumas xícaras, também de café, estou aqui, às 23h30, cansada depois de uma semana de trabalho, sonhando em dormir umas dez horas seguidas.

O problema é: cadê o sono que estava aqui?
PianOrquestra. Cinco músicos, dez mãos, um piano. Namorado e eu fomos ontem ao Teatro da Caixa assistir ao espetáculo desse grupo, PianOrquestra. O ingresso custava R$ 2, a meia. Mas como comprar ingresso para a maioria das apresentações na Caixa Cultural é foda, porque tudo acaba muito rápido, resolvi usar a função de jornalista. Um dia antes pedi cortesias à assessoria de imprensa. Chegando lá, ainda comentamos: nem precisava de convite, quase ninguém deve vir. Nelson Freire lota um teatro, mas um grupo não tão conhecido não. Mero engano. Por falha de comunicação da Caixa, que anunciou o horário para às 19h30 e também para às 20h30, tivemos de esperar um longo tempo, na porta. Aos poucos, uma fila foi se formando na parte de fora. Pessoas disputavam ingressos. Na platéia, o que achei de mais bacana: muitas crianças.

O grupo sobe ao palco. No repertório, Cláudio Santoro e Heitor Villa-Lobos. Mas também Manoel, o Audaz, do Toninho Horta, Ponta de Areia, do Milton Nascimento, e Samba de uma nota só, de Tom Jobim.

No site do grupo, pode-se ler:

O PianOrquestra é o resultado de anos de pesquisa cujo objetivo é transformar o piano em sua própria orquestra. O grupo inova o conceito tradicional da utilização do instrumento pela exploração das infinitas possibilidades de timbres e sonoridades produzidas por 10 mãos em 1 piano. O Pianorquestra reinventa o piano preparado ao adaptá-lo para o contexto da música brasileira, com a exploração de elementos étnicos das raízes brasileiras.

A apresentação tem um quê de lúdico. Mas ao mesmo tempo é feita de pesquisa e trabalho sério. Fiquei ali maravilhada, sentindo aquelas sonoridades todas saindo de dentro do piano. De arrepiar. Gostei muito e indico. Quem tiver oportunidade, não perca. No final da apresentação, os cinco músicos voltaram ao palco para um bate-papo. Era o momento de responder perguntas e curiosidades. E ali ficaram mais uns vinte minutos. Mostrando os sons e instrumentos possíveis de existir dentro de um único piano.
xô, cólica
xô, cólica
xô, cólica

pensamento positivo

fora, cólica
fora, cólica
fora, cólica

a mente é poderosa

sai, cólica
sai, cólica
sai, cólica

respira, expira, respira, expira...

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Aquele café em pó que a gente compra no supermercado é do tipo tradicional. Uma mistura de dois tipos de grãos: o arábica (grão selecionado, um bom café) e o robusta (intragável, muito forte e amargo). Outras duas classificações do café são: superior e gourmet. Ou seja, aquele café que a gente costuma beber em casa é o piorzinho, amador, nada nada sofisticado. Fiquei magoada agora. Ninguém nunca me contou que esse café em pó é tão pobrezinho.

Mas amanhã tomarei café de verdade. À convite de um dos maiores entendedores de café de Brasília, o barista italiano Antonello Monardo. Coisas boas que a vida de jornalista me dá.
Você pode escolher quem é o grande garoto dessa deliciosa história: Marcus, o menino de 12 anos que se comporta como adulto, ou Will, um homem solteiro de 36 anos que encara a vida como um adolescente. Uma dica: talvez a síntese dos dois é que seja, de fato, o garoto protagonista. Eles se conhecem por acaso e, após uma quase-antipatia de mão dupla, acabam virando amigos.

Essa é a sinopse do livro O Grande Garoto, do inglês Nick Hornby. Pois é. Já me disseram que o filme é muito bom. Quando eu disse a dois amigos que eu lia lia lia o livro e nada demais acontecia, eles falaram: vai acontecer. O filme, então, deve ser mais emocionante que o livro. Achei de uma superficialidade sem tamanho. As 268 páginas podiam ser muito bem resumidas em umas... digamos.. 10. Estaria ótimo. Eu não li nenhum outro livro do Hornby. Sei que ele é conhecidíssimo na Inglaterra, que isso e que aquilo. O jeito que ele escreve é legal, mas é um homor um pouco frágil demais, bobo demais.

Depois de tanto tempo tomando coragem para chegar ao fim do livro, cheguei. Mas não cheguei, entende?

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Migrei minha conta do blogger antigo para o blogger novo. Mas não vi ainda diferença alguma, fora a senha que passa a ser a mesma do gmail (mais uma ação para o google tomar conta do mundo virtual, e real). O que tem de novo aqui que eu ainda não descobri?
A Buzu (pode ter link?) é suspeita pra falar. Mas mesmo assim eu vou comentar um post que ela escreveu. Ler os arquivos antigos, organizados por datas lá no pé da página, me fez lembrar o início da minha vida blogueira. Um pouco depois de eu criar o primeiro blog, Ahneim, em 2002, ela também criou o primeiro de uma série, o Segredos de Liquidificador. Depois vieram muitos. Na minha lista, consegui me lembrar de cinco blogs diferentes. Além de um secreto, que tive há muito tempo, mas cujo nome eu confesso não me lembrar agora. Na lista dela, impossível contar nos dedos quantos blogs já existiram. Secretos foram muitos. Que depois de um tempo acabavam se tornando público. Fora os que devem ter sido criados e que eu nem fiquei sabendo. Mas o que eu queria dizer mesmo com este post é que algumas pessoas conseguem manter um mesmo blog por muitos e muitos anos. O que acaba virando uma identidade, uma marca da pessoa. Um exemplo é o Sorvete de Casquinho, da Naty. Desde quando eu criei o meu primeiro blog e passei a acompanhar a vida de alguns blogueiros da vida, o Sorvete existe, tem o mesmo template, a mesma letra, o mesmo jeito de escrever. A autora, com certeza, passou por mil e uma mudanças no decorrer desses anos todos. Por muito tempo, li tudo que ela escrevia diariamente. Trocamos e-mails e comentários. Lembro da primeira vez que ela postou uma foto. Hoje, se eu encontrasse na rua, a reconheceria. Isso não é muito maluco? Com o passar dos anos, esse mundão da internet meio que ficou distante de mim. Mas às vezes, quando estou com tempo, quando quero ler coisas bacanas na internet, entro no Sorvete. E sinto saudade do tempo em que eu acompanhava de perto a vida de pessoas que, mesmo distantes, lá no Recife, por exemplo, estavam perto, num clicar do mouse. E acho que eu invejo esse tipo de gente, que consegue manter uma coerência, uma base, um ponto fixo na internet, mesmo com todas as mudanças que acontecem na vida da gente. Eu enjoava dos meus blogs. Alguma coisa me acontecia e lá ia eu trocar o blog, trocar tudo, começar de novo. Mas o que muda é apenas o endereço. O layout. O que é assustador, por um lado. Por mais que eu tenha criado blogs diferentes, é possível eu colocá-los todos ali, no pé da página, nos arquivos, como a Buzu fez. A conclusão que se pode chegar é que mudar demais só dá trabalho depois, quando surgir aquela vontade de guardar tudo, de deixar parte da nossa história registrada, pra que um dia, quando não estivermos mais neste mundo, alguém consiga ler um pouco do que deixamos por escrito.

Daí eu só consigo pensar no diário da Anna Joaquina. Uma mulher da Cidade de Goiás que escreveu em caderninhos o que acontecia no seu dia e na cidade onde morava. De 1880 a 1930! Cinquenta anos de diário. Todos esses anos estão em cadernos escolares. Com a data registrada na capa. Quando eu e um colega fomos ler, pesquisar e transcrever tudo que essa mulher deixou escrito, não tivemos dificuldade em colocar as informações na linha do tempo. O trabalho já havia sido feito por ela. Bastava entendermos as letras grafadas com o estilo do século XIX e deciframos alguns códigos e dizeres de trás pra frente. Ela e a Naty têm algo em comum. Uma em 1880, outra no ano 2000. Uma com diário em papel. Outra com blog na internet.

Fui pensando nisso tudo enquanto escrevia. Agora, me veio à cabeça uma pergunta. Será que isso rende um projeto de monografia?

terça-feira, janeiro 23, 2007

Distração
(Christiaan Oyens e Zélia Duncan)

Se você não se distrai, o amor não chega
A sua música não toca
O acaso vira espera e sufoca
A alegria vira ansiedade
E quebra o encanto doce
De te surpreender de verdade

Se você não se distrai, a estrela não cai
O elevador não chega
E as horas não passam
O dia não nasce, a lua não cresce
A paixão vira peste
O abraço, armadilha

Hoje eu vou brincar de ser criança

E nessa dança, quero encontrar você
Distraído, querido
Perdido em muitos sorrisos
Sem nenhuma razão de ser
Olhando o céu, chutando lata
E assoviando Beatles na praça
Hoje eu quero encontrar você

Se você não se distrai
Não descobre uma nova trilha
Não dá um passeio
Não rí de você mesmo
A vida fica mais dura
O tempo passa doendo
E qualquer trovão mete medo
Se você está sempre temendo
A fúria da tempestade


Há uma semana eu "redescobri" o último disco da Zélia, o Pré-Pós-Tudo-Bossa-Band. Entre Lenine, Maria Rita, Chico, Adriana Partimpim e outros queridos, lá está a Zélia de novo no meu som. Por causa de duas músicas: Distração, cuja letra está aí em cima, e Benditas, que me dá um treco cada vez que eu ouço. Depois de crises existenciais, de momentos mais tristes que alegres, são essas as duas músicas da trilha sonora do que eu quero pra minha vida. Quando eu ouço essas duas canções, uma luzinha acende. Vem uma vontade de mudar, de me distrair um pouco mais, de não temer a fúria da tempestade, de conhecer lugares novos, mundos novos. De deixar os problemas serem apenas problemas, nada mais. De viver com mais tranquilidade. Tentar carregar o mundo nas costas e sonhar em ser a mulher maravilha para resolver todos os problemas que me cercam me renderam uma disritmia cerebral. Consequentemente, dores de cabeça, irritação, nervosismo e crises de choro. Agora o disco virou. Promessas de ano novo. São muitas, sabe?

Benditas
(Mart’nália e Zélia Duncan)

Benditas coisas que eu não sei
Os lugares onde não fui
Os gostos que não provei
Meus verdes ainda não maduros
Os espaços que ainda procuro
Os amores que eu nunca encontrei
Benditas coisas que não sejam benditas
A vida é curta

Mas enquanto dura
Posso durante um minuto ou mais
Te beijar pra sempre o amor não mente, não mente jamais
E desconhece do relógio o velho futuro
O tempo escorre num piscar de olhos
E dura muito além dos nossos sonhos mais puros
Bom é não saber o quanto a vida dura
Ou se estarei aqui na primavera futura
Posso brincar de eternidade agora
Sem culpa nenhuma
Acabei com um blog num dia. No outro me deu vontade de fazer um novo. Depois pensei em escrever em um caderno meio de bruxa que ganhei de presente há muito tempo. Ele está lá, guardado na estante. Mas sinto que ainda não chegou a hora certa de escrever naquelas páginas marrons. Enquanto isso a idéia de blog ficou martelando na minha cabeça. Mais um. Novo. Tudo novo de novo. Outro nome, outro template. Não gostava do anterior. Nele eu não tinha vontade de escrever. Criei meio de supetão e depois o achei feio. Então resolvi deixar de lado os pensamentos e partir para a ação. A primeira providência foi pedir um template de presente pra Buzu. Ela, que desenhou os blogs mais bonitos que eu tive. E ganhei. Mais rápido do que eu esperava. O resultado é este aqui, que eu adorei. Esse amarelo me trouxe uma sensação boa. Foi paixão à primeira vista. A vontade de postar voltou, bem forte. Obrigada, Bu. Um dia eu aprendo a brincar de criar templates e juro que prometo fazer os meus sozinha. Serei gente grande, tecnologicamente falando.

Sobre o nome do blog. Ontem fiquei pensando nisso um tempão. Li encartes de discos. Li trechos de A Convidada. Pensei em algo relacionado a Paris, a cidade que habita os meus sonhos. O lugar de onde tenho mais saudade. Ok, não conheço tantos lugares assim no mundo, nem no Brasil. Mas é Paris que me vem à cabeça quando penso em fugir do meu mundinho de Brasília. Foi em Paris que passei os dias mais especiais da minha vida. Foram três dias apenas, que estão ligados a outros 14 em Londres. Tudo está meio que misturado no ranking de dias especiais dos meus 26 anos. Mas Paris, ah, Paris tem todo um significado pra mim.

Deixando a cidade das luzes de lado, peguei Pequeno Dicionário das Palavras ao Vento, da Adriana Falcão. Li palavras e mais palavras. Quando bati o olho em Vaivém, pronto. Estava escolhido o nome do meu novo blog.

Vaivém
Quando a certeza está com uma preguiça danada

Que ele seja infinito enquanto dure.
Tutuzinha, mon amour,

blog novo, amarelim e com menina sorridente e deitada, como você é e gosta de estar. Que você volte definitivamente, prá eu ficar feliz com blog seu, que é essa coisa tão gostosa de ler. Te adoro!

Beijos,

Bu