segunda-feira, setembro 11, 2006

Mais um blog. Será que vai pra frente?

Houve um tempo em que eu queria criar um blog novo para exercitar a escrita, uma forma de treinar para ser jornalista no futuro. O tempo passou e eu deixei o blog que não chegou a ser criado para lá. A necessidade de escrever como exercício de certa forma foi embora. Há quase quatro meses no Jornal do Brasil, escrevo uma matéria por dia, no mínimo. Às vezes duas. Às vezes três. Às vezes quatro. Quando chego em casa, prefiro ocupar o pouco tempo livre que tenho lendo literatura ou assistindo à televisão. Mas ontem, quando voltei para casa depois de um dia de plantão, depois de escrever três matérias seguidas, me deu vontade de brincar com as palavras, de escrever qualquer coisa, com sentido ou não, até que a vontade passasse. Foi aí que a idéia de criar um blog ressurgiu. E criei. Assim, sem pensar muito, sem buscar um nome interessante, sem pestenejar. O nome bloco de anotações, meio óbvio, meio bobo, foi o primeiro que me veio à cabeça. Vou explicar. Desde que virei repórter de verdade, a única coisa que não pode faltar na minha bolsa, mesmo, é um bloquinho. Ando sempre - ou quase sempre - com um. Deixo dois na redação. Ossos do ofício. Quinta, no feriado na Independência, estava eu em Águas Lindas de Goiás, debaixo de um sol de rachar, cobrindo o desfile de todos os Brasis, como foi chamado. Minha primeira entrevistava estava na minha frente. Abri a bolsa, peguei a caneta e, putz, onde estava o bloquinho? Lá fui eu atrás da assessora de imprensa implorar por umas folhas em branco para eu fazer as minhas anotações. Na hora me lembrei do livro do Samuel Weiner, Memórias de um repórter. Fiquei impressionada quando ele contou que não fazia nenhuma anotação quando entrevistava alguém. Na célebre entrevista com Getúlio Vargas, o cara conversou com o presidente e quando chegou ao hotel onde estava hospedado digitou toda a reportagem. Assim, de cabeça. Senti inveja da memória e da competência do Weiner. Quem me dera ser assim, um tiquinho, parecida com ele.

Mudando de assunto, ontem fiz a minha primeira cobertura política. E sabe que eu achei bem divertido? Na Feira da Torre, depois de falar com um candidato ao governo do DF, encontrei uma professora da faculdade. Ela perguntou o que eu estava achando de escrever matérias de economia e, ontem, de política. Ela acreditava que eu iria me dedicar para sempre à cultura. E respondi que eu gosto muito de cultura, sim. Mas escrever sobre áreas diferentes estava sendo um bom aprendizado. É bom mudar um pouco. É bom mudar.

Um comentário:

lu. disse...

Que bom, fico feliz de saber que vc resolveu voltar a ter um blog. Gosto muito das coisas que vc escreve e acho que só vai te fazer bem. Mas juro que não queria te ver parecida com o Samuel, não ...
Que bom que vc está gostando de outras coisas, morria de medo de vc ficar bitolada em cultura ...
te amo,
lu.